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Monitoramento da qualidade do leite animal
Ação atende produtores e realiza análises dos laticínios
Em 2018, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) instituiu a legislação técnica de identidade e qualidade do leite cru refrigerado, leite pasteurizado e leite pasteurizado tipo A, como forma de estipular os critérios que tornam o leite de boa qualidade.
Para garantir a qualidade no processo de produção do leite consumido pela comunidade, o projeto de extensão da UFPB ‘Monitorando a qualidade do leite à serviço da comunidade’ está atuando com inspeções em propriedades rurais, granjas leiteiras, agroindústrias de laticínios e produções familiares nos municípios de Bananeiras e Puxinanã na Paraíba.
“O cumprimento de normas quanto à qualidade do leite beneficia a sociedade no consumo de produtos elaborados com a matéria-prima obtida com higiene, qualidade microbiológica e sanitária, seguindo os parâmetros de composição físico-química que proporcionam a segurança alimentar e nutricional”, explica João Soares, técnico responsável pelo Laboratório de Beneficiamento e Qualidade do Leite (LBL- UFPB) e coordenador da ação.
Como toda ação de extensão, o projeto atua também para promover formação cidadã dos estudantes da UFPB. Um dos estudantes participantes do projeto é o Pedro Lucas, do primeiro período de licenciatura em ciências agrárias. Como voluntário da extensão, ele contribui realizando pesquisas e edição do podcast e conta o que motivou o desejo de participar.
“Me senti motivado em participar por gostar da área apresentada pelo coordenador e ao longo do tempo ter oportunidade de desenvolver ações com o mesmo, adquirindo uma visão mais formalizada e aplicada da área que o projeto é desenvolvido”, diz o estudante.
Segundo o coordenador do projeto, os discentes possuem um plano de trabalho que enriquece a formação acadêmica. “Nosso foco é consolidar o conhecimento técnico proposto nas disciplinas eletivas nos cursos Técnico e Bacharelado em Agroindústria do CCHSA UFPB”, esclarece João Soares.
Qualidade na produção
A extensão tem atuado desde maio com análises mensais, obtendo resultados dos parâmetros de qualidade e manejo de ordenha, seguindo orientações do regulamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). À medida em que os resultados são obtidos, o projeto disponibiliza acompanhamento técnico e informa aos produtores sobre os resultados por meio de manual técnico e pelo podcast informativo do projeto.
Um dos produtores beneficiados pelas ações de monitoramento é Marcos Carrera, proprietário do Rancho da Serra, em Bananeiras. Ele menciona que obtém por dia, em média, 15 litros de leite de vaca. Com a experiência de 11 anos trabalhando na produção de leite, ele comenta o acompanhamento oferecido pelo projeto.
“Essas análises auxiliam no manejo alimentar dos animais, na sanidade do rebanho, no controle da higiene da ordenha e na qualidade do leite. Como consequência, teremos produtos, como leite e derivados, com mais qualidade. Ter o reconhecimento da Universidade agrega valor ao nosso produto e oferece aos consumidores mais garantia de qualidade”, relata.
Assim como Marcos, Pedro Oliveira também está sendo auxiliado pela extensão. Juntamente com os pais e um funcionário, o trabalhador administra a queijaria Pedra Bonita, em Puxinanã - PB, onde diariamente são retirados cerca de 30 litros de leite de cabra para a fabricação de queijo. O produtor expõe como tem aprendido com o projeto.
“Temos adquirido grandes contribuições para melhorarmos nosso trabalho, corrigindo erros e também identificando o que fazemos corretamente. A participação no projeto já nos guiou por modificações em processos de ordenha, no manejo dos animais e no trato com o leite. Esse apoio também é fundamental para indicar onde devemos investir mais tempo e dinheiro para otimizar todas as atividades”, especifica o trabalhador.
Além disso, a extensão também monitora a produção dos laboratórios de Caprinocultura e Bovinocultura do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias (CCHSA). Os lacticínios produzidos nesses laboratórios são disponibilizados no ponto de vendas do CCHSA, atendendo a comunidade interna e externa.
O setor de caprinocultura é coordenado hoje pela técnica administrativa e veterinária Michelle Sousa, ela comenta os objetivos do setor e sobre o interesse em procurar a extensão.
“Nosso principal objetivo é ter animais saudáveis que produzam leite de qualidade. Esse tipo de trabalho de extensão nos permite obter informações complementares sobre a qualidade do leite, como a avaliação de seus componentes, tipo de análise que não temos como fazer em nosso setor produtivo, mas que é de extrema importância para sabermos como está nosso leite”.
Ela também acredita que o projeto pode ajudar os produtores. “Esperamos que projetos desse tipo sejam motivados a continuar e que mais produtores busquem essa ferramenta e oportunidade para que possam analisar a qualidade do seu leite para tomarem decisões assertivas nas suas produções'', avalia a veterinária.
A extensão possui o facebook ‘Laboratório de beneficiamento de leite’ onde divulga algumas atividades produzidas, expondo conhecimento técnico e científico sobre tecnologia do leite e derivados lácteos.
Para acompanhar, basta acessar o link https://www.facebook.com/lblcavncchsaufpb/. Outras informações sobre como funciona o monitoramento do leite e os resultados obtidos pelo projeto estão disponíveis no podcast produzido pela extensão. Para ouvir, é necessário enviar uma solicitação de acesso para o drive https://drive.google.com/file/d/13OsYuadFcAkuDXL-OQcibceFKBjNyzXK/view?usp=drivesdk.
Reportagem de Crislaine Honório (voluntária PROEX 2021), editada por Comunicação PROEX.